quarta-feira, maio 19

E ela dança...


Ela dança. Percorre as pedras da calçada a correr.
No entanto, tem alguns momentos onde anda de tal maneira ligeira, que parece parar.
E, quando a chuva molha a rua ainda inacabada, ela dança ao som do gotejar e cair das lágrimas do céu. Escorrega algumas vezes por ser desajeitada mas, volta a levantar-se com arranhões que lhe são indiferentes. Porque a música continua a tocar. E ela tem de dançar.
Enquanto rodopia no lugar várias vezes, observa o que o futuro lhe poderá vir a reservar. Em flashes vê tudo o que quis ser e tudo o que ainda quererá. Não pára.
Salta na calçada e espera pelo arco-íris. Sorri. Simplesmente porque sorrir custa mas, é necessário e algo que ela deseja.
Volta a cair e desta vez, demora um pouco mais de tempo a levantar-se.
A rua estreita e inacabada que percorre sempre foi muito solitária mas, dança ao seu ritmo. Com músicas calmas, mexidas, frias e quentes.
E à medida que despreza o ballet e sente as sapatilhas gastas de tanto dançar, olha para o céu e volta a sentir a chuva. Não se importa. A dança mantém-se – como um tango. A Calçada acompanha a Dança e ambas percorrem as notas musicais da vida.
E ela desliza. Não como um gato sorrateiro. Não como musa. Apenas como sonhadora.
As montras da rua mostram letras e mais letras. Textos variados acerca de muita coisa. E quando ela olha esses mesmos textos, sorri mais uma vez. Não precisa de um guarda-chuva que a proteja da chuva. Precisa da chuva e de sentir que mesmo quando cai, a dança continua.
E então, ela dança…

Um comentário:

Anônimo disse...

LINDO +.+

Texto simplesmente... PERFEITO:D

sp, abestruz*.*