Estou a olhar para o relógio a demorar uns quantos segundos para perceber que horas são, para não variar.
Portanto...17 horas e 58 minutos.
Mais um dia praticamente acabado. Mais um dia com tremores por todo o corpo.
Isto acaba por dar vontade de rir - ninguém repara.
Tornei-me na máquina invisível que durante muito tempo quis ser. Afinal de contas, o meu pensamento era algo do género "Não me veêm, talvez nunca consigam perceber a quantidade de erros e medos presentes em mim".
Agora está simplesmente a tornar-se....velho... sou invisível e comecei a caminhar de volta ao meu mundo. Não há ninguém que me abane pelos ombros e diga que faço falta neste onde todos nós aparentemente vivemos.
Sinto que devo vários pedidos de desculpa, por isso vou dizer "Desculpem".
Não faz sentido. As pessoas a quem isto se refere nunca irão perceber que é realmente para elas.
E claro, como boa invisível que sou, vou ficar calada a desfazer-me.
E lá vem outro suspiro...
Quero esquecer que me lançaram uma corda para sair do buraco, às vezes. Porque à medida que subo, torno-me espetada para todos os erros e medos que rodeam as paredes do buraco...
E, então...é só mais um dia...estou a esforçar-me para esquecer as pontadas de dor latejantes. Esforço-me. Talvez pudesse fazer melhor, não sei.
E lá vou eu daqui a bocado para uma festa. Lá vamos nós para os sorrisos falsos e sentimentos contrariados.
Já agora, parabéns Rogério! Por muito parvo que agora te estejas a tornar, eu gosto de ti. És um amigo daqueles mesmo bons >.<
E então....só mais um dia...
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