Nunca tive muitos problemas com o auto-controle.
Era olhar, sentir, não deixar isso transpor a barreira e controlar o meu corpo como eu quisesse. Aquelas tretas todas de que nem sempre controlamos o nosso corpo? Não era problema para mim.
Mas, raios, nessa altura ainda não tinha conhecido quem conheço e ainda não tinha sentido o que sinto.
O auto-controle está a tornar-se um desafio.
Olhar, sentir, engolir em seco, ter as mãos a tremerem ligeiramente....
Mas acho que mesmo agora continuo a querer ganhar a todos os impulsos.
Podia simplesmente não olhar directamente, podia simplesmente negar todo o sentimento, toda a vontade e toda a cumplicidade, podia pôr as mãos nos bolsos. Mas assim não seria um desafio e raios, eu sou casmurra - se é desafio é para ganhar.
O que me irrita é que este desafio é duplo - posso ganhar de duas maneiras.
1º - O auto-controle quer desaparecer e eu não quero que ele desapareça. Posso ganhar se ele se mantiver lá.
2º - O auto-controle não quer desaparecer e eu quero que ele desapareça. Posso ganhar se no final acabar por fazer o que o meu sistema não deixa.
Confuso eu sei - imaginem então como vai a minha cabeça...
Tenho andado a passear na linha de ferro com medo de cair para qualquer um dos lados.
Não sei do coração de pedra, perdi-o ao longo do caminho e ainda tenho de decidir se isso é bom ou mau.
Mas, hmm, este desafio está a virar mais para a segunda opção.
Por isso, por favor, não me mates se por acaso eu ganhar o desafio e fizer o que quero fazer.
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