- Eu sei. - Ele olhou para Ela e deixou-se ficar ali. De pé, de mãos nos bolsos, aborrecido com tudo e com todos.
- Não ouves as músicas que te lembram alguma coisa, não vens ao computador para não teres de ler coisas que doem, dizes que não tens sms's só porque tens medo de falar, páras à porta e não tocas à campainha, dizes que sim quando é não, finges que está tudo bem quando só queres gritar e mandar tudo para o alho. - A rapariga parecia para além de frustrada, extremamente farta daquilo. - És um cobarde. E eu vou desistir de te tentar ajudar, se tu não queres ser ajudado!
- Eu sei. Sei isso tudo. - O rapaz limitou-se a falar monotonamente e a acenar que sim com a cabeça enquanto Ela suspirou.
- Se sabes, porque é que não fazes para mudar? Se sabes, porque é que insistes em ver na tua cabeça imagens deles quando sabes que isso te deixa enjoado? Se sabes, porque é que não fazes o mesmo? Pára D. Simplesmente, pára!
- Se eu não sei como querer ser ajudado, como queres que o faça?
- Desde o início que sabias qual ia ser o resultado. E não és nenhuma criança. Se gostas de ser tratado como adulto, age como tal. E volto a dizer que vou desistir. - O grupo de pessoas que os rodeavam afastou-se um pouco.
- Óptimo. Junta-te ao clube. Só mais uma pessoa.
- Olha, desaparece-me da frente. Não é de ti que vou desistir, mas te garanto que vou desistir de te ajudar nisto se tu ages que nem um idiota. Pára com isso. Agora, imediatamente, já. Parou. Já chega.
E Ele virou costas.
(Verídico)
Nenhum comentário:
Postar um comentário