segunda-feira, setembro 27

Queres vir andar de comboio comigo?

Às vezes apetece-me saltar as barreiras e correr para apanhar um comboio que parta de Cascais e siga até onde precisar de seguir.
Mas, pensando bem, também me apetece sentar-me no jardim que há em Belém enquanto durmo encostada a uma árvore ou observo o que preciso de observar.
Juntando o útil ao agradável: apetece-me apanhar um comboio que parta de Cascais e pare em Belém. Assim tinha tempo para ver a vista; tempo para ouvir os burburinhos das pessoas inquietas no comboio; tempo para mim.
E depois de gastar o meu tempo a apontar para o céu e a escrever histórias nas nuvens; depois de ver os homens a pescarem e de olhar para o Rio Tejo, apeteceria-me apanhar outro comboio.
Vá lá, quebrar a rotina!
Afinal de contas, ninguém nos incomoda, nada nos persegue se estivermos devidamente ocupados.
E, sozinha, acabaria por me safar, mas não seria a mesma coisa.
Pergunto-me se queres vir andar de comboio comigo até o bilhete ficar gasto e velho.
Eu tomo conta de ti, tu tomas conta de mim.

E então, como é? Queres vir andar de comboio comigo?
Prometo que pelo menos tentamos tocar no céu.

Nenhum comentário: