quinta-feira, julho 15

Tri-Hiper

- És hipersensível? Quando alguém te ofende, sentes-te muito ferida, o teu humor fica arruinado nesse dia?
Admirada com a pergunta, ela respondeu:
- Não apenas nesse dia. As críticas perturbam-me durante uma semana e, às vezes, o mês ou o ano inteiro. Sou muito sensível.
- Preocupas-te excessivamente com a opinião dos outros, com o que eles dizem e pensam a teu respeito?
- Sim. Tenho medo de não ser aceite. A minha auto-estima é péssima. Qualquer rejeição, ainda que com um olhar, fere-me. Mas como sabes isso?
- Pensas demasiado, a tua mente é muito agitada, não pára de pensar? Sofres com problemas que ainda não aconteceram ou ruminas situações angustiantes do passado?
...
- Não páro de pensar um minuto, a minha mente é inquieta. Sofro muito por antecipação. Sofro pelas provas, pelo imprevisível, pelos erros do passado, pelos erros que ainda não cometi. O passado perturba-me e o amanhã atormenta-me.
...
- Anna tu tens a síndrome tri-hiper.
- Tri o quê? Nunca ouvi falar dessa síndrome na faculdade.
- Tive a felicidade de descobrir essa síndrome e a infelicidade de saber que ela atinge milhões de pessoas e está na base da maioria dos transtornos emocionais. Analisando inúmeros pacientes, observei que muitos têm três importantíssimas características de personalidade que estão desenvolvidas exageradamente, daí o nome tri-hiper. Quem é hipersensível, hiperpreocupado com a imagem social e hiperpensante tem mais propensão para desenvolver depressão e doenças psicossomáticas. Mas há duas boas notícias: a primeira é que essa síndrome pode ser tratada, a segunda é que ela atinge as melhores pessoas da sociedade, as que são emocionalmente ricas e excessivamente generosas.

Augusto Cury, "A Saga de um Pensador"

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