Dizem que os sonhos são o reflexo da alma.
Dizem que os nossos medos, desejos e pensamentos se reflectem nos sonhos mas eu não faço a mínima ideia do que um sonho seja.
Posso sonhar que corro e corro e não encontro nada á minha frente a não ser um corredor infinito, e isso pode ser interpretado como o medo de não encontrar uma saída; Posso sonhar que estou a cair cada vez mais fundo num mundo escuro que se resume a um buraco, e isso pode ser interpretado como o medo de desaparecer.
Posso interpretá-lo de mil maneiras mas isso não faz com que o sonho desapareça. Nada me garante que o sonho não se repita. Como nada me garante também que se repita.
E se eu sonhar que estou a sonhar? Se acordar duas vezes do mesmo sonho? É suposto interpretá-lo como? O medo desse sonho ou até o desejo é assim tão grande que me impede de ter uma boa noite de sonho?
Não sei se um sonho é o reflexo da alma; Não sei se é uma invenção de um Sere Superior para se entreter; Não faço a mínima ideia de qual a interpretação certa...Sinceramente, também não quero saber...
Quem é que me garante que a interpretação correcta não é exactamente o que tenho medo? Quem me garante que essa interpretação me vai levar a uma mente sã? Ora, bolas, se todos os meus medos passam para sonhos, então não admira que tenha olheiras!
Gosto de acreditar que os sonhos são algo que queríamos que acontecesse mas que sabemos que nunca vai ser possível. Talvez o tal sere superior até nos deixe disfrutar de uma realidade boa e imaginativa, mesmo sendo o sonho apenas uma invenção para distração por sua parte.
Secalhar, quando o tal sere superior está zangado, envia-nos pesadelos e é por isso que as tais olheiras aparecem!
Quando comecei a escrever tinha uma coisa em mente, mas parece impossível para mim escrever exactamente o que planeio...A minha mente vai buscar tantas perguntas que o texto parece que ganha vida própria.
Quem sabe? Talvez até tenha sido o tal sere superior que me colocou tanta coisa na cabeça durante uma das suas divagações...
quinta-feira, fevereiro 25
quinta-feira, fevereiro 18
Céu...
"Odeio este céu..."
O seu cérebro parecia funcionar a quarenta a hora e doía-lhe a cabeça de pensar em tantas possibilidades.
Porquê? Nem sequer sabia qual a explicação que procurava para aquela pergunta estúpida.
Sentia-se cansado...deixou-se cair e os seus ombros tremeram juntamente com o seu corpo e os soluços que deixava saírem.
Sentiu uma pequena comichão quando as pequenas lágrimas que andara a guardar, passearam pela sua face e percorreram o seu caminho até ao queixo e caíram no chão com um suave som quase inaudível.
Riu-se sem vontade e teve ainda mais vontade de chorar. Olhou para o céu estrelado que percorria todo o mundo do qual ele queria escapar. Perguntou-se o que seriam as estrelas e voltou a deixar escapar um barulho semelhante ao do riso mas misturado com um soluço.
"Porque é que não desapareces? Porque é que não podes fazer de conta que este Mundo não precisa de dormir?". Falou para o céu e esperou ridicularmente por uma resposta.
Deixou-se cair de costas e teve vontade de limpar a face. Mas não tinha força...
"Quando apareces dói...odeio todas as estrelas que aparecem em ti todas as noites. Odeio as nuvens que tapam a luz e odeio o simples facto de existires..."
Fechou os olhos e sentiu os seus ombros abanarem incontrolavelmente depois de uma onda de choro o atravessar e o deixar completamente em cacos. Ouviu o vento passar sobre si e perguntou-se se aquilo alguma vez iria mudar. Voltou a abrir os olhos e ficou surpreendido por ver a rapariga que o apoiava inclinada sobre si. Murmurou-lhe:
"Porque é que odeias o céu?" E ele respondeu-lhe:
"Odeio o céu porque faz com que o meu pensamento flutue até ele. Odeio o céu porque me faz lembrar um Mundo demasiado pacífico para ser real. Odeio-o porque não posso ter a certeza que existe algo para lá da vida à nossa espera. Odeio-o porque me deixa vulnerável. E no final...odeio-o por simplesmente odiar..."
A rapariga sentou-se ao seu lado e viu o amigo fazer o mesmo. Inclinou a cabeça no ombro dele e suspirou:
"O que é que eu hei-de fazer contigo?".
O silêncio passou por eles e o rapaz voltou a olhar o céu:
"Odeio-o porque ele é como meu...Deixa a chuva aparecer quando está triste e deixa os raios solares atravessarem meio mundo só para todos saberem que ele está feliz...Odeio-o porque nos dias nublados ele sou eu...Não chove, mas também não faz sol para ele. Para mim? Não choro mas também não sorriu."
A rapariga sorriu-lhe amigavelmente e esperou que ele continuasse.
"Odeio-o porque parece sofrer quando troveja e se torna de várias cores...raios, eu também sofro quando algo troveja dentro de mim e não se pode soltar...E quando ele ameaça chover,mas depois não o faz...odeio-o ainda mais. Porque aí...ele é realmente como eu...Sente vontade de o fazer mas não o faz..."
O rapaz olhou para baixo e resmungou entredentes e a rapariga perguntou-lhe o que tinha dito. O rapaz voltou a olhar para ela e suspirou enquanto se levantava e dizia:
"É por isso que nos dias que se seguem vem uma tempestade...Dói tanto não chorar que acaba por tornar-se demasiado exaustivo! Por isso o céu também chora, enquanto a chuva cai ruidosamente...". Começou a afastar-se e olhou de novo para o céu."Odeio-te céu...porque tinha eu de ser como tu?..."
O seu cérebro parecia funcionar a quarenta a hora e doía-lhe a cabeça de pensar em tantas possibilidades.
Porquê? Nem sequer sabia qual a explicação que procurava para aquela pergunta estúpida.
Sentia-se cansado...deixou-se cair e os seus ombros tremeram juntamente com o seu corpo e os soluços que deixava saírem.
Sentiu uma pequena comichão quando as pequenas lágrimas que andara a guardar, passearam pela sua face e percorreram o seu caminho até ao queixo e caíram no chão com um suave som quase inaudível.
Riu-se sem vontade e teve ainda mais vontade de chorar. Olhou para o céu estrelado que percorria todo o mundo do qual ele queria escapar. Perguntou-se o que seriam as estrelas e voltou a deixar escapar um barulho semelhante ao do riso mas misturado com um soluço.
"Porque é que não desapareces? Porque é que não podes fazer de conta que este Mundo não precisa de dormir?". Falou para o céu e esperou ridicularmente por uma resposta.
Deixou-se cair de costas e teve vontade de limpar a face. Mas não tinha força...
"Quando apareces dói...odeio todas as estrelas que aparecem em ti todas as noites. Odeio as nuvens que tapam a luz e odeio o simples facto de existires..."
Fechou os olhos e sentiu os seus ombros abanarem incontrolavelmente depois de uma onda de choro o atravessar e o deixar completamente em cacos. Ouviu o vento passar sobre si e perguntou-se se aquilo alguma vez iria mudar. Voltou a abrir os olhos e ficou surpreendido por ver a rapariga que o apoiava inclinada sobre si. Murmurou-lhe:
"Porque é que odeias o céu?" E ele respondeu-lhe:
"Odeio o céu porque faz com que o meu pensamento flutue até ele. Odeio o céu porque me faz lembrar um Mundo demasiado pacífico para ser real. Odeio-o porque não posso ter a certeza que existe algo para lá da vida à nossa espera. Odeio-o porque me deixa vulnerável. E no final...odeio-o por simplesmente odiar..."
A rapariga sentou-se ao seu lado e viu o amigo fazer o mesmo. Inclinou a cabeça no ombro dele e suspirou:
"O que é que eu hei-de fazer contigo?".
O silêncio passou por eles e o rapaz voltou a olhar o céu:
"Odeio-o porque ele é como meu...Deixa a chuva aparecer quando está triste e deixa os raios solares atravessarem meio mundo só para todos saberem que ele está feliz...Odeio-o porque nos dias nublados ele sou eu...Não chove, mas também não faz sol para ele. Para mim? Não choro mas também não sorriu."
A rapariga sorriu-lhe amigavelmente e esperou que ele continuasse.
"Odeio-o porque parece sofrer quando troveja e se torna de várias cores...raios, eu também sofro quando algo troveja dentro de mim e não se pode soltar...E quando ele ameaça chover,mas depois não o faz...odeio-o ainda mais. Porque aí...ele é realmente como eu...Sente vontade de o fazer mas não o faz..."
O rapaz olhou para baixo e resmungou entredentes e a rapariga perguntou-lhe o que tinha dito. O rapaz voltou a olhar para ela e suspirou enquanto se levantava e dizia:
"É por isso que nos dias que se seguem vem uma tempestade...Dói tanto não chorar que acaba por tornar-se demasiado exaustivo! Por isso o céu também chora, enquanto a chuva cai ruidosamente...". Começou a afastar-se e olhou de novo para o céu."Odeio-te céu...porque tinha eu de ser como tu?..."
Soldado

A guerra destrói o Mundo. O Mundo destrói a terra.
A Destruição da Guerra faz com que se perca o local onde viver. Tudo o resto destrói o olhar.
Se o olhar está destruído, talvez o corpo fique intacto mas, a alma? A alma fica em cactos e nem vale a pena tentar lutar, pensam alguns.
E então e o soldado?
Mata para sobreviver...luta porque tem medo de partir sem aviso...
Sorri quando quer chorar e joga ás cartas para fingir que não transporta um brinquedo demasiado real que colecciona cada vez mais, pedaços da sua alma...
Por isso, soldado luta. Para garantir que a alma continua lá...
Assinar:
Postagens (Atom)