Chuva. Outra Perspectiva

- O céu está a chorar. – O rapaz continuou a olhar em frente e simplesmente apontou para cima. Sentado à porta da cabana.

- E a tua alma também. – Ela sentou-se ao pé dele, à espera de uma resposta.

- Não. Já não. – A chuva continuou a cair ruidosamente, provocando o isolamento de todos os poucos animais, insectos que ainda se tinham mantido por ali.

A rapariga suspirou.

- Porque é que demorou tanto tempo D.? Porque é que conseguiste afastar tudo e todos quando mais precisavas de nós? – Ele manteve o olhar firme no nada que os rodeava e encolheu os ombros. Um movimento lento, seco.

- Se começa a chover do nada, o que é que podes fazer para além de deixar que continue a chover? – O rapaz voltou a encolher os ombros e levantou-se.

Ela seguiu-o com o olhar e esperou. Esperou porque sabia que ele ia atirar-se de cabeça para a chuva, para o precipício da sua mente.

E foi o que o rapaz fez. Caminhou para a chuva e deixou a chuva apagar as memórias. Como uma picada de abelha. Como um ferrão.

- Eu gostava de ter outra oportunidade. Outra oportunidade para recomeçar. – A rapariga olhou-o sem saber o que dizer. – Sabes, outra oportunidade para correr por a chuva e ser miúdo. Tentar apanhar as gotas da chuva. Tentar apanhar tudo aquilo que estimo. – Ele olhou para trás, para Ela e sorriu tristemente.

Estranhamente, mesmo com toda a chuva, as palavras trocadas quase em silêncio podiam ser ouvidas lindamente.

- Ultimamente, parece que chove a toda a hora. Tanto fora, como cá dentro. – Ela lançou-lhe um sorriso de consolo e o rapaz tentou sorrir, o que levou apenas a uma careta. – Mas hey, do meu ponto de vista, temos que levar com a chuva se queremos o arco-íris, não é?

Ele sentou-se no chão sujo, coberto de lama e cruzou as pernas.

- Portanto, eu vou lidar com a chuva. Até não dar mais. Até ter a certeza que mais ninguém se magoa. Outra vez.

A rapariga suspirou e sentou-se nas escadas. À espera. Só há espera.

LOL, MORRI

T: "Deus fez Adão e Eva. Não Adão e Adão ou Eva e Eva. Devemos ser tal e qual como fomos feitos. Seguir o que é correcto. Se somos homens, devemos gostar de mulheres e nunca devemos sequer pensar em trocar de sexo. O mesmo acontece com as mulheres."

E: "Olha lá, Deus fez-te com pêlos. Porque é que fazes a depilação?"

+.+

A letra é linda!

Comecei a escrever-te a resposta.

"Eu não faço a mínima ideia do que está a acontecer, amor..."
Olhei para as minhas mãos e apaguei tudo.

É que não faço mesmo ideia nenhuma.

Porra.

Get Out Of My Head

Pára. Pára. Pára.

Já percebi, já chega. Pára. 

É ridículo que a melhor parte do meu Verão tenha sido a hora que estive com eles!
Pára. Dá-mos de volta...
Eu quero.os de volta.
É a minha segunda família, são meus e eu sou deles.

L.

Irrita-me que as pessoas que já tenham feito mais do que deviam ter de fazer, ainda tenham de levar com tretas e mais tretas em cima.
Irrita-me que se magoem por causa de outros, quando já estão magoadas, mesmo não admitindo.
Irrita-me tudo isso. 

E irrita-me não saber o porquê.

Portanto, se faz favor, quem quer que sejam, será que é possível ganharem coragem e pedirem desculpa pelo que quer que seja que tenham feito?

Pedir desculpa e dizer que vão parar de a magoar?

Se faz favor, ok?

Não acho que ela mereça isso.

E só porque ela gosta de gatos, levas com esta foto.

Gelado

- Porque é que não consegues esquecer isso? Porque é que te prendes àquilo que já acabou e que sempre soubeste que nunca ia dar? – A rapariga queria gritar com ele mas não conseguia. Não ao vê-lo assim. Escondido entre as mãos, encolhido de dor.

- Não sei. – Ele continuou escondido entre as mãos e soluçou.

- Porque é que não dás o teu coração a outra pessoa? Porque é que não mo dás a mim e a todos nós. Somos teus amigos, não o vamos partir… - O rapaz soluçou de novo e a rapariga sentou-se ao lado dele.

- Não é meu para dar. Acho que nunca foi.

- Ai, D. Acorda! Sai desse estado sonâmbulo! Sai daí! Eu quero ver-te! Todos querem! Tu estás tão diferente! Não tinhas medo disto! Não tinhas medo de estar connosco! – Ela tocou-lhe na cara e o rapaz retraiu-se.

- Tu não percebes. Não consegues perceber. Eu estou partido. Danificado. Dorido. Quero desaparecer, apagar isto tudo, voltar ao início. Quero ultrapassar… Mas não consigo. Não consigo J! - Um estalo. A rapariga não se controlou e bateu-lhe, o que o levou a olhar para ela desolado, com olhos de louco.

- Tu dizes que queres mudar e nunca mudas. Pára de ter pena de ti mesmo. Pára. Assim não vais conseguir de certeza! Tu tens tanto medo D! Tanto! Não é por acontecer uma vez que vai acontecer outra vez! Se não tentares, não consegues! Pára! Por favor, pára! – O rapaz olhou para ela e não soube o que dizer. Queria gritar com ela e pedir-lhe que se calasse. Queria pedir-lhe que o deixasse em paz, que acreditasse nele quando lhe dizia que não conseguia.

- Ninguém. Eu sou ninguém. Por enquanto, não acho que consiga fazer o que quer que seja. Sou como um gelado deixado para trás. Aos poucos e poucos vai derretendo. Ou então, simplesmente caiu.

- E que raio de comparação é essa?! Não comeces com as tuas coisas! Vê se percebes, muda isto! Não sentiste o que quis dizer pelo estalo?! – Ele limitou-se a olhar para o chão e a suspirar.

- Se isto passasse por me bateres, já tinha passado há muito tempo com o que já me fiz e com o que já tentei. – A rapariga levantou-se irritada e saiu. Deixou-o sozinho. – Não é por cresceres, que a desilusão de deixares cair um gelado novo no chão diminui… Eu já caí tantas vezes que já devia estar habituado. Não? – Riu-se sem vontade. Como louco.

 – Não. Nunca me vou habituar.

Yap.

Yap.

Não sou feita de ferro.

"Music is worthless, unless it can make a complete stranger break down and cry."

Damn.

E pronto.

É agora que vou cair pró lado.

Primo Um: Alentejo com namorada. 

Primo Dois: Algarve com namorada. 

Primo Três: Trabalho e Peniche com namorada.

 Primo Quatro: Borga e namoradas.

Não é que fiquei sozinha com os velhos? 

Ora Bolas.

NO WAY

Fiquei tão zangada e tão chocada que não tive reacção possível.
Senti-me tão irritada que só me apeteceu responder a torto e a direito, mais do que aquilo que respondi.
É por estas e por outras que eu a teria escolhido sempre!
Não posso comprar umas calças porque a "minha amiga" tinha umas parecidas?
Olha, à "minha amiga" eu diria as vezes que fossem precisas aquilo que tu tanto queres ouvir - Gosto De Ti.
Pára. Simplesmente pára.
A minha cabeça já explodiu há muito tempo. Não pises os bocados.
E não a tragas para a conversa quando sabes perfeitamente que eu perco a cabeça!

Time Alone

Tempo Sozinha.

Preciso disso. Preciso de alguma coisa.
Estou cansada, farta, rabugenta, melancólica e mais uma série de coisas.
Não suporto estar ao pé de ninguém, não suporto responder a uma simples pergunta.
Não suporto estar perto de quem quer que seja. Não.
Estou a ficar louca.

Farta de fingir e fingir.

Mentir e Mentir.

Quero Sair Daqui Para Fora.

É só conversa.

Só podes estar a brincar com a minha cara.
Não, é que só podes mesmo!
Tanta e tanta conversa e no final só a usas quando te dá jeito?!
Mas que porra?
Igreja isto, igreja aquilo, crime isto, crime aquilo.

O quê? Espera, vou repetir:
O quê?

Tens a noção de que a única coisa que considera tudo isto errado é a igreja certo?
A igreja. Não Deus. Não o Senhor em que tu dizes acreditar.
E depois tens a lata de dizer que não segues a igreja?
O quê? Só quando te dá jeito é?
Não tenho tempo para aturar isto, não tenho de esforçar-me para vos dar a vocês a felicidade quando oiço essas coisas!
É que nem pensar.

S.C "I think God is a little too busy to be worried about which two people like each other"

Nem título tem direito a ter.

Não tenho paciência para isto.
Nem paciência nem cabeça.
Não entendo o motivo de terem de arranjar sempre alguma coisa para discutir.
Não entendo o porquê de tanta preocupação com o que os outros possam dizer.
Não entendo como é que acham que fica tudo bem com o tempo.

E sinceramente, não quero entender.

Estou irritada, cansada, farta de sonhos e inevitavelmente só com a estranha conhecida que há dentro de mim.
Aquela pessoa que julgamos conhecer no meio de uma multidão.
Confusa com a diferença entre o que é real e fingimento.

Quero Dormir.

Oh Yeah

YOU MAKE ME FEEL GOOD! :D

A.

Hey.
Dois Anos. Eu Sei.
Espero que estejas bem, onde quer que estejas.
Eu não me esqueci.
Não me esqueci de um único detalhe.
Nunca me perdoes. Nunca te esqueças do que fiz. Nunca tenhas pena de mim.
Espero que saibas que lamento.
Ainda nem sempre durmo como deve de ser.
O medo e a culpa atenuaram ligeiramente.
E realmente, tinhas razão. O karma consegue ser mau.
Eu já paguei 1/4 do meu preço, não já?

Olha-me. De onde quer que estejas. 

E ve que estou arrependida.

Mas ve tambem que mudaste a minha vida.

Fizeste-me ver aquilo que tinha medo de ver.

Como eu costumava dizer: See You Later A.

"Quem és Tu?" "Ninguém"

Pára. Simplesmente pára.
As coisas mudaram. 
Eu nunca vou ser aquilo que queres, nunca vou ser aquilo que supostamente devia ser.
Nunca vou ser um ALGUÉM definido.
O que aparenta ser nem sempre o é.
Tudo isto, todos os sorrisos, todos os suspiros e a falta de interesse?
Não são assim tão reais.
Por isso pára.

Eu não sou o que tu és. Não quero ser.

Eu não sou o que gostavas que fosse. Não quero ser.

Não sou um ALGUÉM - Chama-me NINGUÉM.

É só isso que por agora sou.

E afinal de contas, Ulisses saiu-se bem.

Porque é que eu não me haverei de sair?